quarta-feira, 3 de março de 2010

Vou sentir saudades...

Valdo em Mazatlán, Sinaloa - México
Foto: Arquivo Pessoal


Valdecir João Vieira, o Valdo, era padre. Depois virou ciclista, simples assim, e caiu no mundo à pedalar. Atravessou o país do Oiapoque ao Chuí, foi até o "fim do mundo", lugar conhecido como Ushuaia, passou por desertos, montanhas, cordilheiras. Eita Senhorzinho danado!

Peguei carona em sua "Tanajura" e passei a acompanhá-lo em suas aventuras. Li seu primeiro livro e acompanhava, quase que diarimente suas peripécias em sua "Volta ao Mundo".

Valdo faleceu entre os dias 23/24 de fevereiro, dormindo em sua barraca, no México. É engraçado mas perdi alguém muito próximo, alguém com o qual compartilhava sonhos.
Não sou das que dizem "morreu fazendo o que gostava, morreu feliz". Fiquei chateada, queria vê-lo atravessando os EUA, Alaska, Europa, Ásia, África e Oceania. Não tenho pensado muito na vida, após "a vida", sei lá, se não nos é dado a conhecer, não nos acerquemos dela. Mais vale a vida nesta vida mesmo, e Valdo era um homem que levava à sério seus sonhos... e afinal, de que é feita a vida mesmo? Pelo menos a parte legal é feita de sonhos!
Valdo inspirou muito gente, já tava juntando uma galera pra atravessar o Alaska com ele, outros planejavam acompanhá-lo durante o Caminho de Santiago. Ele já tinha planos pra quando voltasse de viajem pós 3 anos e tralalá: Fundar a Casa do Cicloturista. Talvez a vida seja como uma viajem de bicicleta, mesmo acompanhado, cada um pedala por si, não tem jeito. Talvez seja isso a imortalidade: que muitos ainda atravessem o Alaska, percorram o Caminho de Santiago, que muitas casas sejam abertas aos Cicloturistas e que todo pedal carregue um pouco de Paz, como ele queria.

Obrigada pela carona e por compartilhar suas boas histórias!

Site: http://www.valdonabike.com/



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