sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Revolução Russa



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Contracapa: O Livro A Revolução Russa, escrito por Maurício Tragtenberg, mostra precisamente a centralidade daquele evento, por meio de inteligente pesquisa, farta erudição, seleta bibliografia e habilidade crítica, sendo ela própria e suas consequências uma temática de seu permanente interesse.


O leitor poderá seguir o exame da Rússia imperial e também da sociedade russa pré-revolucionária. Entretanto, a parte central da obra acha-se no que Tragtenberg chamou de processo da Revolução Russa (Makhno na Ucrânia, Lenin em Moscou, Kronstadt: a revolução na Revolução, a questão sindical, os sovietes, a ditadura do proletariado, a Assembléia Constituinte, a Revolução e o problema nacional e colonial, o partido).


Maurício Tragtenberg vai ao âmago do fracasso revolucionário causado pela desconfiança na capacidade de trabalho da classe operária, pela eliminação da democracia nos sovietes e no partido, pela finalidade de tomar o poder e não o destruir, pelo partido bolchevique que ocupa o lugar dos trabalhadores. Em vez deles, aparece o capitalismo de Estado, o centralismo democrático, um povo oprimindo outros povos, o socialismo de dirigentes e dirigidos, a militarização do trabalho, a comissiocracia, a calúnia como arma política, os intrigantes bem relacionados, o carreirismo, o servilismo, os líderes transformados em personagens.


O socialismo da solidariedade, do entendimento mútuo e da igualdade radical não prevaleceu na Revolução Russa. Como diz Tragtenberg no livro: "Uma revolução pode transformar velhos porta-vozes em novos". É difícil descobrir uma análise da Revolução Russa tão objetiva, penetrante e real.



Evaldo Vieira



Orelha: O livro A Revolução Russa, de Maurício Tragtenberg, publicado pela primeira vez em 1988, poucos meses antes do desmoronamento da URSS, tem um sentido premonitório: dotado de alta força crítica, percorre os caminhos e descaminhos daquela sociedade, da gênese do czarismo, anterior à Revolução de 1917, passando pelos longos, difíceis e tortuosos períodos que configuraram a processualidade russa, até chegar às vésperas de seu definhamento. Escrito em linguagem límpida, mas sem perder a complexidade dos problemas, dada a enorme erudição da qual Maurício Tragtenberg era uma das nossas mais vivas expressões.


Vasculhando os mecanismos que desfiguraram a sociedade soviética, como a ditadura do partido (inicialmente em nome do proletariado e, posteriormente contra ele), através do desmedido controle burocrático, do monopólio do poder político exercido pelo binômio Estado-partido, Tragtenberg mostra como tudo isso acabou por sujeitar os trabalhadores às funções de execução, desprovidos de autonomia, autocomando e criação.


Não poderia ser outro o resultado estampado neste ensaio: crítico arguto das aberrações cometidas em nome do socialismo, das formas de dominação exercidas contra os trabalhadores, crítico áspero da burocratização, o autor demonstra como estas deformações acabaram por destruir a Revolução Russa, por ele entendida como "o acontecimento mais importante do século XX", significado similar que a Revolução Francesa teve para o século das Luzes.


Hoje, virada a página do breve século XX, somos desafiados a aprofundar o balanço das causas da derrota da Revolução Russa. Fracassada cabalmente a experiência inicial do "socialismo num só país", a experiência soviética (e do chamado "bloco socialista") foi, pouco a pouco, se convertendo numa espécie de sociedade estatal hipertrofiada, regida por uma lógica que impossibilitou o florescimento da associação livre dos indivíduos, de que falava Marx. E, desse modo, obstou a construção societal autônoma dos sujeitos do trabalho, processo que acabou por levá-la à derrota terminal em 1989.


Livro claro, contundente, simples na sua plasticidade, denso na sua analítica, é parte da obra emancipadora e libertária de Tragtenberg, que soube admirar o que de melhor a Revolução Russa nos legou, nos seus momentos mais férteis, sem se despregar jamais da análise densa de muitas de suas mazelas.


Ricardo Antunes

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Gaiola Atmosférica de Dezembro!

Em dezembro, a Cooperativa Cultura de Bicicleta estará integrando mais uma vez a Feira de Economias e de Culturas Solidárias e Criativas em Ribeirão Pires, compareçam e participem!